Uma vez escrevi algo sobre Ausentar-me de Mim. Divaguei, andei e cegamente me deixei guiar por mãos desconhecidas, porém confiei em meu Guia. Acordei em um lugar distante e desconhecido. Meu guia havia partido e agora precisava fazer uma escolha: FICAR, VOLTAR ou SEGUIR, eu optei por ESPERAR, afinal, as mãos que me guiaram ao lugar desconhecido, poderia voltar.
Como o lugar era realmente LINDO, acostei-me à sombra de uma árvore a quem dei o nome de Árvore do Amor, por sua beleza, seu cheiro e seu frescor. Acabei adormecendo.
Enfim...
Não sei por quanto tempo permaneci inerte e sonolenta. Acontece que um dia acordei cercada por pessoas desconhecidas, que me olhavam com um certo ar de piedade, temor, medo, sei la. O lugar estava grande e desconhecido, a Árvore do Amor já não existia mais, dela, apenas restava o tronco, que ainda me acolhia.
As pessoas passavam de um lado para outro e pareciam não me enxergar mais. Ou por ter me tornado invisível ou talvez por minha aparência de total abandono.
Recusei-me a olhar-me no espelho, certamente minha aparência não é das melhores. Então decidi que agora é hora de levantar e seguir em frente. Jamais permitirei novamente ser guiada por mãos desconhecidas, não vou mais permitir que me sequestrem de mim.
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Preciso tomar posse do que é meu, minha vida, minha casa, quero de volta meus filhos, meus amigos, meus irmãos e principalmente, tomar posse de meus sentimentos.
Embora saiba que coração tenha vontade própria, preciso que o cérebro comande. Que a razão predomine sobre a emoção. E se, caso o cérebro parar e o coração insistir em continuar batendo, autorizo a doação desse órgão. Porém desconfio que ele não servirá para ninguém, afinal já foi machucado demais, ferido demais, desprezado demais. Caso não sirva para salvar uma vida, no mínimo servirá para matar a fome de algum animal faminto. Quero tão somente que ele seja aproveitado para salvar alguém ou saciar a fome.
Depois de refleti um pouco, decido olhar para mim mesma e vejo que ainda existe uma força que me motiva a seguir em frente. Vejo-me capaz de AMAR sem necessariamente está aprisionada ou aprisionar alguém. Não quero viver refém de ninguém.
Tomo coragem e olho-me no espelho! Tomo consciência que minha vida é preciosa demais, rica demais, linda demais para me permitir viver chorando, sofrendo, esperando. Resolvo então, limpar a pele, enxugar as lágrimas, abrir o sorriso e descobrir a VIDA.
Agora sim, estou pronta! Resgatei-me de mim mesma, sai do cativeiro. Agora de pele limpa e sorriso no rosto, sinto-me ainda mais BELA, MADURA e FELIZ.
Abri a gaiola que me aprisionava, as asas estão fortes, agora já posso VOAR, VOAR e VOAR.
Charlene Brasil em SL-MA, 02/10/2014
Muito lindo este poema! Meus parabens! Muito criativo! :)
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