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A BARBA


  Um dia, ao chegar no trabalho, sem o mesmo brilho e a mesma alegria de sempre, um amigo me perguntou:

  _ Nêga, o que posso fazer por você, para trazer de volta o teu sorriso e a tua alegria ?

  Sem qualquer pretensão de que ele atendesse ao meu pedido, perguntei:


Créditos da imagem: Google image
  _ Você faria mesmo qualquer coisa?
  
  Sem hesitar, ele disse:
  _ Diga, é só pedi.
  
  Olhei pra ele, pensei um pouco e soltei:

   _ Tira essa barba aí.
  
  Ora bolas, logo a barba!

  A barba, que era cuidada diariamente, seus pêlos  eram milimetricamente aparados, sempre cheirosa, dando- lhe um aspecto sério, embora fosse extremamente gentil e companheiro.

  Impossível, que ele atendesse ao meu pedido, óbvio que não!
  
  Dia seguinte, cheguei ao trabalho, ainda me sentindo meio triste. De longe  e de costas, vi aquele homem, mesma altura, mesmo porte físico, mesmo jeito. Como de costume, cheguei por trás e tapei seus olhos com as mãos e antes de fazer a tradicional pergunta  do “Advinha quem é?”, cuidei logo de me desculpar. Afinal, era parecido demais, mais não era ele.

  As mãos gelaram e desconcertada sai, sem ao menos saber se as desculpas foram aceitas pelo cidadão, virei e fui embora.

  Minutos depois, e quase refeita do susto, enquanto tomava uma água na cantina, alguém tocou meu ombro, também por trás e numa voz muita familiar disse “ Bom dia princesa, tudo bem com você? Virei para saudar meu amigo, e quase não acredito no que vejo.

  Era o mesmo homem que eu havia abordado na entrada, a mesma roupa, o mesmo jeito e a mesma altura. A única coisa diferente nele é que...

  Meu amigo, estava sem barba!

  Ganhei o dia!

  E ele levou de mim, o mais puro, sincero e emocionado sorriso eu pude lhe oferecer.

            Quer maior prova de AMIZADE que essa?

Charlene Brasil

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