Não se assustem, se de repente não me encontrarem por aqui.
É que vou precisar ausentar-me de mim.
Isso mesmo, virei pó.
Tive que morrer de novo. Afinal a maturidade nos dá alguma sabedoria, mas nem sempre significa dizer que somos totalmente maduros. Alguns sentimentos se infantilizam e adormecem dentro de nós. Quando pensamos que eles estão mortos, uma palavra, um olhar, uma promessa fazem com que eles ressurjam com a mesma intensidade e força com que adormeceram.
De onde veio esse acordar eu não sei, talvez do vazio de minhas madrugadas em claro, ocasionada pela insônia de minha alma vazia, sem ter o ler, o que ouvi, o que fazer e nem o que pensar, pois até o pensamento ausentou-se de mim. Se tivesse pensado, com certeza não teria me iludido com meus devaneios.
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Você pode está pensando assim: “ Acho que isso é sintomas de amor não correspondido.” Talvez até você tenha razão. Afinal, ninguém está livre de viver essa desilusão. Amamos tantos desconhecidos, às vezes um homem, uma mulher, um filho, uma filha, um amigo, um parente qualquer. Idealizamos verdades e conceitos de quem sequer conhecemos, pois no fundo da nossa alma, somos desconhecidos até de nós mesmo, não conhecemos sequer a essência de nós como seres humanos.
Quem nunca se perdeu dentro de si? Eu já.
Perdi-me tantas vezes que nem sei mais se sou o que era antes de me perder.
Hoje me sinto perdida novamente, por isso resolvi acolher-me dentro do meu mundo e tirar férias de mim novamente. Como vou voltar, também não sei.
Sinto-me como se tivesse sido guiada por alguém, não sei quem, que com a promessa de me fazer ainda mais LINDA deu-me paz, serenidade, esperança. Fez-me sonhar ser possível acreditar no AMOR. Fechei os olhos e me deixei levar. Às cegas, segui os passos do invisível que me guiava. Como do nada, tudo ficou silente, eu permanecia de olhos vedados, parada, esperando meu guia. Mas o silêncio se perpetuou de tal forma que senti necessidade de tirar a venda dos olhos e foi aí que descobrir que nem o invisível existia mais.
O lugar é bonito, mas estou sozinha, quem me trouxe até aqui partiu sem dizer ADEUS e agora não sei mais o caminho de volta.
Se quero voltar, também não sei. Mas uma certeza eu tenho, não posso ficar estática, preciso tomar minha decisão. Ou sigo procurando os rastros que me levem ao lugar de onde sair, ao mesmo ponto de partida, ou se me arrisco a segui em frente.
E nesta indecisão, resolvi sentar-me á sombra de mim mesma e ver que rumo, ela, a sombra, me levará.
Charlene Brasil
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