QUEDA LIVRE

Ao chão me lancei! Era o lugar mais seguro para mim nesse momento.

Distanciei-me demais de mim e essa minha ausência me vez ir longe demais. Pelas mãos do invisível perdi a noção do tempo embevecida pela beleza de seu olhar me deixei levar.

Delirei! Suspirei! Amei! Desejei!

Mas Amei o Nada, o Ninguém, o Invisível, O Forasteiro.

Para fugir de novo, ou me encontrar novamente, aceitei o desafio de escalar a montanha dos SONHOS. Era uma montanha muito ALTA e segundo alguns alpinistas, bastante perigosa. Mas arrisquei!

Levei tudo o que era necessário: calçados de escalada, cadeirinha e ganchos que a conectam à corda, luvas ou giz para mão, mosquetões, instrumentos de amarra e instrumento de rapel, cordas e etc.

A escalada era tranquila!

Ocorre que a montanhas dos Sonhos aumentava a cada encantamento meu! A escalada parecia não ter fim e cansei.

Clamei por socorro, mas estava distante e sozinha.

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Lembrei-me então que estava pressa a uma corda forte e isso poderia amenizar minha queda.  Diante da queda livre e da morte quase certa, tratei então de aproveitar a sensação de liberdade, abri os braços e voei.

Não imaginava haver ido tão distante em minha escalada. A queda livre me fez ver o quão distante estava de mim. Depois de longo tempo de queda, avistei o chão, a corda parecia não poder suportar o meu peso, os braços já não mais suportavam o voo.

Era hora de impactar-me a chão!

Porém, em vez do impacto, senti o embalo, a corda estava firme!

Estava há alguns poucos metros do chão e tinha agora a oportunidade de escolher. Cortar a corda ou, agora que já sabia as dificuldades da escalada, aceitar ou não o desafio de escalar novamente a MONTANHA DOS SONHOS!

O impasse está feito!

Enquanto não resolvo o que fazer, vou aproveitando o embalo do vento e admirando a beleza do lugar.

Charlene Brasil