Um
dia, ao chegar no trabalho, sem o mesmo brilho e a mesma alegria de sempre, um
amigo me perguntou:
_ Nêga, o que posso fazer por você, para trazer de volta o teu sorriso e a tua
alegria ?
Sem qualquer pretensão de que ele atendesse ao meu pedido, perguntei:
_ Você faria mesmo qualquer coisa?
Sem hesitar, ele disse:
_ Diga, é só pedi.
Olhei pra ele, pensei um pouco e soltei:
_ Tira essa barba aí.
Ora bolas, logo a barba!
A barba, que era cuidada diariamente, seus pêlos eram milimetricamente
aparados, sempre cheirosa, dando- lhe um aspecto sério, embora fosse
extremamente gentil e companheiro.
Impossível, que ele atendesse ao meu pedido, óbvio que não!
Dia seguinte, cheguei ao trabalho, ainda me sentindo meio triste. De longe
e de costas, vi aquele homem, mesma altura, mesmo porte físico, mesmo
jeito. Como de costume, cheguei por trás e tapei seus olhos com as mãos e antes
de fazer a tradicional pergunta do “Advinha quem é?”, cuidei logo de me
desculpar. Afinal, era parecido demais, mais não era ele.
As mãos gelaram e desconcertada sai, sem ao menos saber se as desculpas
foram aceitas pelo cidadão, virei e fui embora.
Minutos depois, e quase refeita do susto, enquanto tomava uma água na cantina,
alguém tocou meu ombro, também por trás e numa voz muita familiar disse “ Bom
dia princesa, tudo bem com você? Virei para saudar meu amigo, e quase não
acredito no que vejo.
Era o mesmo homem que eu havia abordado na entrada, a mesma roupa, o mesmo
jeito e a mesma altura. A única coisa diferente nele é que...
Meu amigo, estava sem barba!
Ganhei o dia!
E ele levou de mim, o mais puro, sincero e emocionado sorriso eu pude lhe
oferecer.
Quer maior prova de AMIZADE que essa?
Charlene Brasil