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O ENTERRO

                Acho que não há momento mais difícil para uma pessoa, uma família, que o momento do ENTERRO.
                Não posso falar de mim, só de mim nesse momento. Afinal todo mundo já enterrou alguém na vida e todos sabem que, a notícia da morte dói, mas o momento da despedida ETERNA dói ainda mais.
                Porém precisamos sepultar, por mais que amemos alguém quando essa pessoa morre necessário se faz sepultá-la, devolvê-la ao barro de onde viemos. Não importa se cremada ou enterrada ela voltará a ser pó.
                Sepultar quem se ama, não é uma tarefa fácil.
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                Agora você já imaginou enterrar alguém que você AMA, AMOU estando ela ainda VIVA?
                Acho que você não teria coragem. Ou teria?
             Neste caso, acho que também não falo só de mim, porém já enterrei muitas pessoas que AMEI estando elas ainda vivas. Não foi uma opção minha, mas uma escolha da própria pessoa. Ela suplicou a eutanásia, pois esse é um direito que cabe a todo doente incurável de por termo à vida quando sujeito a um intolerável sofrimento seja ele físico ou psíquico.
             Não foi fácil atender a esse pedido. Ocorre que também não podemos prender ninguém a nós. Se amamos alguém, necessário se faz deixar livre quem a gente AMA. Já imaginou ficar preso a uma pessoa somente porque não se tem coragem de enterrar um sentimento que sufoca e machuca o outro? Realmente não dá.
             Então foi necessário se fazer um acordo, já que também para o outro era difícil dizer ADEUS para uma pessoa que, de certa forma, não queria machucar. O acordo foi firmado.
             No dia combinado, eu recebi a notícia que meu amado havia falecido, foi um desespero.
            Fui ao velório, chorei sua morte e o sepultei.
                                                                                              Charlene Viana Magalhães Brasil

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