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CADA DIA MAIS DISTANTE

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Cada dia mais longe de ti
Aos poucos me acostumo
Com a dor da tua ausência
É como um corte profundo
De uma lâmina fina
Sangra pouco a pouco
Pingo a pingo
Arde como véu que te dei
E não quisestes
Queima a cada noite como
O sono que não chega

Se ontem de vi
Hoje esparjo fel de saudade
Se te encontrar talvez
Não te conheça

Se antes eras matéria intocada
Hoje és vácuo
Nem lua
Nem passado
Nem tempo
Nem futuro

Se foges deixo
Aceito
Também quero.
Se voltas, te recebo
Adio o fim.

Se quero é devaneio
Se choro é pesadelo
Se canto ouço lamento
Se sonho vejo sofrimento
Se calo perco a vida
A morte
Teu sorriso
Abel Carvalho - http://portalpoesia.zip.net/

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